A HORA DA MUDANÇA

Mudança não é alternância, e a alternância pode não trazer mudança. Contudo é imperativo ter este dia como um momento de reflexão e de extrema significância na história da nossa patria.

De tempo em tempo é preciso fazer uma auditoria às nossas instituições, para assim ter um balanço das actividades e fiscalizar os projectos de fórum social, projectos esses que são parte necessária no desenvolvimento da nossa comunidade.

A verdade abre os olhos e excita a mente, e a verdade desse dia é que a classe política não trará resolução a todos os problemas da classe trabalhadora. O sindicato dos professores se preocupa com os professores, a ordem dos médicos se preocupa com os médicos, a ordem dos advogados se preocupa com os advogados... do mesmo modo a classe política se preocupa com os políticos.

E onde fica a classe trabalhadora, sendo ela a classe que faz 80% do trabalho social necessário para alavancar e sustentar a economia?

Nessa reflexão procuro trazer a tona a importância das várias áreas que compõem uma nação. As áreas académicas, culturais, ambientais e económicas, dentre várias outras. 

Por exemplo, um fenómeno que tem assolado o nosso território nacional é a  imigração, e isso tem uma influência notável na nossa economia. Os nossos centros académicos que são maioritariamente universidades privadas devem ou deviam estar a produzir conhecimento suficiente para formar a base de dados que as gerações futuras irão usar para contar a nossa historia, e levar avante os projectos nacionais de penectração e negociação no mercado internacional. 

Angola é uma mina de ouro, e as potências internacionais têm a intenção de explorar, por isso devemos desenvolver as nossas potencialidades, seja no âmbito cultural, ambiental e outros.

No âmbito ambiental podemos ter um turismo forte aproveitando às maravilhas naturais a que fomos servidos, mas o trabalho no ambiente não depende somente da classe política, depende fortemente dos cidadãos, de como os cidadãos cuidam dos locais, se tratam bem das infraestruturas e cuidam ou não das áreas de lazer, e não só. O estado tem o dever de fornecer um sistema sanitário de qualidade. O estado, não o partido X ou partido Y, partidos vêm e vão, o estado continua, a nação continua, a população continua. 

A nossa cultura tem estado bem representada, nos palcos e no cinema, mas infelizmente estamos a sofrer com o fenómeno da aculturação.

Os desportos ainda não constituem uma indústria lucrativa pois precisa de mais desenvolvimento de base. Mesmo sendo uma das melhores equipas a nível mundial no basquetebol senior masculino. 

Os projectos económicos da quarta revolução industrial não estão em carteira. Portanto a KBE (Knowledge Based Economy), ou seja, Economia Baseada no Conhecimento ainda não é uma realidade, Arménia que é um país europeu de pouco ou nenhum destaque internacional, tem projectos KBE a mais de vinte anos, desde 2001, segunda a organização das nações unidas.

Angola é um país com destaque internacional, não só no continente africano mas no mundo todo. Por isso não se admite que projectos económicos e académicos em direção ao futuro não estejam a ser desenvolvidos. Desse modo, a população pode até culpar o governo, mas o governo não faz nada sem a sociedade civil.

Que hoje seja um dia de mudança para a sociedade civil, mudança de mentalidade, para uma população mais responsável e consciente dos seus deveres e dos seus direitos. 

Que lutemos para melhores condições de trabalho e para maior produtividade, pois só assim teremos o poder em nossas mãos, pois, desde o princípio da nossa república o objectivo é que o poder seja popular.

E nós jovens jamais esqueceremos os heróis que lutaram pela sociedade em que vivemos. Devemos fazer valer a pena, encontramos a paz e relações internacionais fortes, devemos deixar as coisas melhores para os nossos sucessores, pois nós passaremos e Angola ficará, e o amor que nutrimos por essa pátria tem que ser suficiente para nos fortificar e trazer a diferença, e deixar essa diferença como mais um degrau para a ascenção da nossa nação. 

Assinado: Caetano Borges 
Lubango, aos 24 de Agosto de 2022

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